A literatura poética é um fascínio para mim. Fascinam-me as palavras, encantam-me os jogos que com elas podemos criar, abisma-se-me o olhar com o que se pode dizer com a poesia e perplexos jazem meus pensamentos perante grandiosas poesias...daquelas que não obedecem a regras gramaticais, daquelas que não ficam estanques, presas a "estilos" instaurados! Assim são os poemas de Manoel de Barros...autênticos "pontapés na gramática".
«Estilo é um modelo anormal de expressão: é estigma», pintou um dia Manoel de Barros no seu "caderninho de rascunhos".
Manoel de Barros faleceu esta semana! Podemos pensar que partiu...mas, na verdade e tal como deixou escrito, ele apenas acabou de chegar.
«Não preciso do fim para chegar».
«A gente nasce, cresce, amadurece, envelhece, morre. Para não morrer, tem que amarrar o tempo no poste. Eis a ciência da poesia: amarrar o tempo no poste».
«Eu queria ser lido pelas pedras. As palavras me escondem sem cuidado.
Aonde eu não estou as palavras me acham».
Aonde eu não estou as palavras me acham».
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